“Os brazuca”

brazuca
ilustração via sollas.com.br

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O povo brasileiro é um povo engraçado. Compra camiseta com frase em inglês, bonita que só, mal sabendo que exibe algo do tipo “beijo traseiro de cachorro”.  Aliás, brasileiro adora um gringo. Faz a festa quando chega um estrangeiro e quer mostrar todo o nosso verde e amarelo. Aí vem os tios das Europa como se diz, e já mete logo goela abaixo do turista um feijão com farofa, que não pode faltar. Ah, sem se esquecer da coxinha, brigadeiro, açaí…

Parece até irmão mais velho do país. Isso porque acha que pode bater e chamar de feio. Mas ai! Ai daquele que falar que o brasil é ruim. Fica sentido, demonstra que ama mesmo sem verbalizar o orgulho ferido. Ainda assim sonha em sair do país, ir pra fora! Quem não? Aí encontra o gringo e fala lá uma língua que só ele entende. Mas fala. Quer falar, precisa falar. Brasileiro gosta de conhecer, é curioso, corajoso. Bota a cara a tapa.

Acha que sabe falar espanhol porque diz ser fácil. Inclusive fala dos hermanos como se fossem primos distantes, enquanto dividem a mesma América. Mas não, brasileiro não acha que é latino. Brasileiro é brasileiro. E seria diferente? Temos a amazônia, temos Pelé, temos Tom Jobim e a Garota de Ipanema. Só não fala muito de política e economia porque a casa tá uma zona. Mas aí a gente solta um “pode entrar, mas não repara a bagunça” e tira sarro da própria desventura.

É meu caro, tem que rir pra não chorar. Dizem por aí que brasileiro não desiste nunca. É aquele trouxa apaixonado que peleja. Tem uma achada união no braço aberto tal qual o Cristo carioca, pronto pra dar aquele abraço. Aquela alegria desmascarada do carnaval, os dribles do estádio e o joelho ralado de tanto pedir piedade no alto do morro. Pois é, enquanto brasileiro é filho de uma pátria amada, o brasil é uma mãe sofrida e gentil.


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